Berço do carnaval e da bossa nova
Por Lívia Nunes
Em meio ao regime do Estado Novo de Vargas, um grupo de amigos surge timidamente e passam a fazer parte da história assim como Getúlio. A Turma da Miguel Lemos nasceu despretensiosamente, com amantes de um bom futebol, cerveja e uma boa conversa.
Nesse clima de paquera, embalados pelo som do bom e velho samba de raiz, marchinhas de carnaval e pelas diversas vitórias do Botafogo de Futebol e Regatas, essa turma aproveitava o verdadeiro significado do que era viver a vida. Vendo fotos dessa turma, nos faz pensar sobre a essência da vida, sobre o nosso querido Rio de Janeiro e dos anos que cismam em torturar essa beleza que é nossa cidade. O Rio de Janeiro é feito de turmas, de times, de amores, de praias, de bate papo na esquina, da cerveja gelada no bar Kicê, onde continua sendo o point dessa imortal turma da Miguel Lemos.
Os anos 40 e 50 foram marcados também pelas incríveis sambas e marchinhas de carnaval e seus grandes compositores, Assis Valente, Mário Lago, Herivelto Martins, Ary Barroso e tantos outros.
A esquina da Miguel Lemos com a Nossa Senhora de Copacabana era a mais famosa da Zona Sul do Rio de Janeiro. Na época em que os carnavais de bairro foram proibidos, a Turma da Miguel Lemos conseguiu o direito de continuar festejando e então surgiram mais bailinhos de carnavais e, ainda, os bailes infantis. Era uma esquina em que se discutia o dia a dia, e principalmente falava-se de política e futebol. Por ali, encontravam-se os dirigentes dos principais clubes cariocas, mas nunca saía briga.
E a história de Copacabana não para por aí. De lá, também saíram os grandes nomes da música brasileira nos anos 60, mostrando que Copacabana era mais que turmas que se encontravam de vez em sempre. Olhando a foto abaixo, rapidamente você reconhece pelo menos três rostos inconfundíveis que não são mais um na multidão. Essa turma de músicos também tirava sua inspiração em encontros despretensiosos na Miguel Lemos e outras ruas de Copacabana. A palavra 'bossa' era um termo da gíria carioca que, no fim dos anos cinquenta, significava 'jeito', 'maneira', 'modo'.
3 comentários:
Pois é... último da foto é o meu irmão PC. bjs
Ana
muito bom aquele tempo de juventude !TEMPO ONDE CONVERSAR ERA UM DIFERENCIAL SOCIAL!! HOJE SÓ CELULAR
Saudades
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