05 dezembro 2011

05 dezembro 2011 1
   E como quem é vivo sempre aparece, não poderia ser diferente com essa turma que marcou uma época! Como dito aqui, a turma da Miguel Lemos nunca deixou a peteca cair! E para provar que eles não foram um mito, apareceu na coluna do Joaquim Ferreira dos Santos, no dia 28 de Novembro de 2011 essa notinha: 

   Vou preparar meu sapato Motinha e vou dar uma conferida nessa turma da hora que há 56 anos é presença confirmada nas festinhas do famoso bairro carioca!



Nota, Jornal o globo

29 novembro 2011

Lembranças do Beco

29 novembro 2011 0
Julia Dias e Maria Carolina Lindgren

Beco Das Garrafas



Só eu sei porquê
Morro de prazer
Caminhando nas calçadas da Duvivier
Volto a respirar
As canções do Beco de lá
Lembro a matinê
Volto a imaginar
Dá pra ouvir até o som da música no ar
De Do Um Romão
De Tião, Gusmão, de João
Eu chego a pensar que a vida
Fez o Beco sem saída
Querendo esconder
Canções imortais
Ciúmes demais, sei lá
Eu chego a pensar que a vida
Fez o beco sem saída
Pra nada passar
Pra ninguém fugir
Pro tempo parar
Lembro de você
Morro de prazer
Caminhando nas calçadas da Duvivier
Botlles Bacará
Little Club e volto a sonhar
Eu chego a pensar que a vida
Fez o beco sem saída
Porém as canções
Fugiram de lá
Sabiam voar, sei lá
Daquelas canções
Criei um jardim
Que eu sigo cuidando assim
Porque as canções
Jamais terão fim
E cuidam tão bem
De mim

Surf e Batida do Oswaldo

Por Gabriela Fritz

Conhecido em toda cidade por suas deliciosas batidas, o Bar do Oswaldo na Barra da Tijuca, foi o primeiro ponto de encontro da galera da Barra da Tijuca. Fundado em 1946, há 65 anos é lugar de encontro não só de barrenses, mas também de outros moradores da Cidade Maravilhosa.
Ex morador do Leblon, Luiz Arthur Guimarães, que mora na Barra há 30 anos, diz que sempre gostou do local e lembra com carinho de muitas histórias.  Em um bate papo informal, o engenheiro ex surfista conta um pouco como era aquela época.
 “Já freqüentava o lugar antes mesmo de me mudar para Barra, pegava o carro do meu pai e colava aqui com o pessoal. Eram bons tempos, nós vínhamos para cá pelo menos uma vez por semana, o próprio Oswaldo já sabia o que cada um de nós queria. A galera ficava até tarde aqui, batendo papo e, claro, azarando a mulherada. ”, relembra rindo em nossa conversa por telefone. “Espera, você vai colocar na entrevista ‘colava’ e ‘azarava’? Ninguém mais fala isso hoje em dia!”  Brinca o dono de uma construtora, que tinha a batida de Coco como sua preferida. “O legal mesmo era ficar o dia inteiro na praia, surfando, e depois terminar lá no bar, na época que não era tão cheio, aquilo era bom. A gente colocava umas cadeiras aqui fora, o bate papo ia até de madrugada. O bom dessa época que era tudo calmo, a praia vazia, as ondas perfeitas, dava vontade de ficar o dia inteiro por lá. ”

(Oswaldo Cardoso - Dono do bar)

O Bar do Oswaldo continua sendo muito freqüentado hoje em dia, mas o ponto de encontro mudou. A Olegário Maciel lota durante a noites Cariocas, muitos jovens fazem a pré night lá e depois vão direto para algumas das muitas boites que existem nesse bairro da Zona Oeste, muitas estão entre as melhoras da cidade.

O Bar do Oswaldo nos dias de hoje.

Os amigos do Frescobol

Por: Bruno Trezena

btrezena@gmail.com

Desde os idos de 1920, uma teoria profundamente disseminada para os amantes da combinação raquete e bola de areia - o frescobol - é que, quanto mais força implicada num "saque" para o amigo, maior ela será no rebote. E assim sucessivamente. Outra regra é o tempo de permanência da bola no ar, que gera um embate incrível pra quem vê de fora. Lembrando disto, é mais ou menos dessa forma que o grupo de amigos do clássico esporte da beira de praia descreve o fortalecimento da amizade com o passar dos anos. Os saques e as amizades se fortalecem com o atravessar do tempo e o esporte, aos poucos, se torna centenário.

Os amigos Paulo, Maria José, Ana Cristina e Lúcio Natalino são considerados os progenitores de toda uma prática regulamentada nas areias de Copacabana, no Rio de Janeiroesporte, praticado na beira do mar no início - hoje, já revestido de uma lei municipal que proíbe sua prática perto dos banhistas - arrebanhou adeptos e simpatizantes da brincadeira. Quem ia entrando no grupo, ia se "achegando", se "enturmando", se "conhecendo". Vieram filhos, netos, bisnetos e o frescobol continuou reunindo as mesmas pessoas ao longo das décadas. Da Praia do Diabo à Copacabana, eles são reconhecidos de longe.

Hoje, com cerca de 50 praticantes - ou amigos, abusando mesmo da boa expressão que os une - o frescobol de amigos antigos vai sobrevivendo graças à prática quase que diária nas praias do Rio e sua organização ferrenha, montada pelo amigo Paulo. Ele e Maria José, nossos entrevistados desta edição do Patota Carioca, explicam como o esporte levou um catarinense e um carioca se tornarem bons amigos, viverem bons momentos e continuarem juntos para cutir a vida. E olha que essa história começou lá atrás, bem lá atrás.

Veja o video desse encontro!

Rua Ceará

Por Camilla Alves

Localizada na Praça da Bandeira, a Rua Ceará é considerada o berço do motociclismo no Rio e é onde abriga o bar mais Rock n’ Roll da cidade, o Heavy Duty Beer Club. A poucos metros da Vila Mimosa, a rua se tornou o point dos fãs de metal e blues, além do clube de motoqueiros Balaios.
Ainda na década de 80, a rua era conhecida pelo nome de um de seus espaços mais famosos: o Garage. Palco de nove entre dez bandas independentes na época. O casarão antigo foi um grande celeiro do rock carioca, e atraía desde adolescentes ultra-revoltados até motociclistas mais cascudos, além de punks, metaleiros, góticos, skinheads, headbangers, entre outros. Todos com o mesmo propósito: muita cerveja gelada e Rock n’ Roll.
O Garage, casa que foi Meca do gênero heavy metal e já foi palco de Marcelo D2, Los Hermanos e bandas internacionais como Buzzcocks, Madball e Agnostic Front, está com as portas fechadas desde 2009. Mas o Heavy Duty continua firme e forte, com sua ambientação privilegiada, caveiras, intensa luz vermelha, paredes ícones da cultura “On The Road”, evocando outro tempo e outro lugar. Quem já foi lá não se esquece do tratamento rude do dono do bar, o Zeca Urubu, e seu famoso grito “batata-frita pronta, porra!”. Além de ver cenas dele espalhando alguma bebida no balcão e ateando fogo.
A turma do Clube dos Balaios continua freqüentando a rua e fazendo ponto no Heavy Duty, com espírito inalterado e compartilhando suas características básicas: Irmandade, Motociclismo e Rock n’ Roll.


 Heavy Duty Beer Club


Faça chuva ou faça sol, eles estão lá!

Por Fernanda Cabral Coelho
Jogar cartas é o esporte de muitos aposentados que encontram nesta atividade uma diversão. Na Tijuca, a Praça Saens Peña é um dos muitos pontos de encontro de vários jogadores.
O grupo de idosos se encontram todos os dias para algumas partidas de sueca e buraco, e não abrem mão do bom bate papo. Muitos são viúvos e moram sozinhos, o que faz do encontro o evento do dia, um momento para relaxar com os amigos.
O jogo, além de socializar, propõem desafios que estimulam o raciocínio e exercita o cérebro do idoso, afastando problemas comuns em pessoas nesta fase da vida, como a perda de memória e até mesmo o mal de Alzheimer.
Pesquisadores afirmam que jogos como os de memória, forca, cartas, palavras cruzadas e xadrez, são muito bons para estimular as funções cognitivas cerebrais, já que os neurônios são células que se não forem estimuladas, podem morrer, causando muitos problemas. “A ideia é usar para não perder” diz a médica Cacilda Amorim. Além de tudo isso, os jogos são importantes porque à medida que relaxam e distraem, eles estimulam a superação de cada jogador.
Durante um jogo e outro, são muitas histórias. Os amigos falam sobre suas experiências, relembram o passado e até planejam o futuro. Para José Otacílio, de 74 anos, o encontro afasta a solidão e distrai a cabeça. “Aqui nós papeamos, jogamos e até paqueramos. Melhor ficar aqui vendo as modas, do que ficar em casa trancado e sozinho. Aqui nós damos boas risadas.”, contou o sorridente Birimba, apelido carinhoso dado pelos amigos.

Corrida de Rua

Por Fernanda Cabral Coelho

A corrida de rua surgiu na Inglaterra, no século XVIII, onde foi ficando popular até se expandir pela Europa e Estados Unidos, país que promoveu Maratona Olímpica anual mais antiga, realizada em 1897.

Ao longo do tempo, a prática desse esporte foi ficando mais comum. O Atletismo, modalidade olímpica, ganhou regras e padrões internacionais, praticados por profissionais do mundo todo.  Mas a paixão por correr vai além e conquistou muitos atletas amadores.
No Brasil o crescimento foi, notado na década de 80, tendo com um dos marcos a Maratona do Rio de Janeiro de 1980, poucos anos após o período que marcou o ingresso das mulheres na São Silvestre, corrida de rua mais famosa do país, realizada em São Paulo todo dia 31 de dezembro, que reuníu 21.000 participantes em 2010.
Atualmente, observa-se que um grande número de pessoas, homens e mulheres de diversas idades, vem praticando a corrida de rua, sendo cada vez mais normal encontrar grupos de assessoria esportiva especializados em todas as cidades. No Rio de Janeiro, cenário de muitos eventos deste esporte, somente em 2011 foram mais 30 provas, os grupos se concentram em vários pontos, principalmente nas orlas da Zona Sul e na Lagoa Rodrigo de Freitas.  
Eugenia Vigna, integrante de um desses grupos, diz que além de praticar o esporte que mais gosta, fez vários amigos e agora, essa turma se reúne para participar de provas durante todo o ano, dentro e fora do estado. Uma das últimas, foi a Maratona Cross Country de Búzios 2011, que segundo ela, serviu para juntar o pessoal ainda mais, pois a prova tinha percursos muito complicados, passando por dentro do mar e pulando pedras, obstáculos que foram vencidos com ajuda dos amigos. “A prova foi maravilhosa e o espírito de equipe serviu para unir ainda mais. Todo mundo comemorou junto na linha de chegada.” contou Eugenia.

28 novembro 2011

Baixo Gávea

28 novembro 2011 0
Por Diego Moreira, Helena Passos, Luis Costa e João Vitor Sanches




    O Baixo Gávea conhecido popularmente como BG é a mais forte expressão do espírito carioca. Cervejinha na rua, carne feita na brasa (no braseiro) e muito chopinho gelado.
     
Em uma quarta-feira de futebol. O tradicional Baixo Gávea, ou BG, bem ali em frente ao Jockey Clube Brasileiro, abriga todo tipo de torcedor e não torcedor, em dia de jogo.
   
O BG já inspirou em um filme, estrelado por Lucélia Santos, nos anos 80, e uma coleção de À Colecionadora, da estilista Luiza Marcier. Luiza é tão assídua que em 2003 fez o desfile de sua grife sobre as mesas do Hipódromo, que disputa com o Braseiro o título de bar mais freqüentado da região. “A idéia foi homenagear o Baixo, onde se pode tomar um chope em pé e encontrar pessoas que você não estava prevendo”, diz.
   
Como essa paixão carioca começou? “Quando inauguramos, em 1981, não tinha nada por aqui. Só nós e o Hipódromo, que atendia os funcionários do Jockey (do outro lado da praça). Quem criou o Baixo Gávea como ele é fomos nós. E já estamos na segunda geração: Isabela Capeto, por exemplo, vinha com os pais e hoje, que tem ateliê aqui em frente, vem com a filha”, diz Chico Mascarenhas, dono do Guimas.
   
Frequentado por artistas, modernos, hippies, surfistas, banqueiros, estilistas, chefs de cozinha e gourmets, intelectuais, mauricinhos e patricinhas (etc., etc., etc…), o que realmente importa é o clima de descontração e a junção de grupos tão diferentes no mesmo lugar – encontrar, sem combinar, com pessoas que você conhece de outros carnavais; ir de chinelo e com a primeira roupa que você vê no armário, sem nenhuma preocupação. E o melhor: a atmosfera de azaração que está sempre “no ar”, a conversa fora que não acaba mais entre uma cerveja e outra.

Amarelinho é a luz da cinelândia

Por Diego Moreira, Helena Passos, Luis Costa e João Vitor Sanches

Bar Amarelinho - Cinelândia
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O Bar Amarelinho e localizado na Praça Floriano, na Cinelândia é um dos mais antigos bares da cidade do Rio de janeiro. A Cinelândia popularizou-se a partir dos anos 30, dezenas de teatros, boates, bares e restaurantes instalaram-se na região, tornando-a referência em matéria de diversão popular. O bar Amarelinho é um dos mais procurados dessa região. Fundado em 1921, o Amarelinho é uma mistura de restaurante, bar, lanchonete, sorveteria e choperia, é um célebre ponto de referência dos cariocas, um autêntico patrimônio do Rio. Possui vista espetacular para um conjunto arquitetônico precioso que rodeia a Cinelândia.

Ao longo de sua existência, o Amarelinho da Cinelândia vem recebendo os participantes dos mais variados e importantes acontecimentos ocorridos no local que atrai, centraliza e finaliza todos os grandes eventos e momentos importantes da vida carioca, atraindo um público amplo e diversificado. A clientela é bastante variada: trabalhadores, empresários, políticos, turistas, boêmios, artistas, famílias e passantes que se sentem cativados pela simpatia do ambiente.

Ao redor do bar, estão o Theatro Municipal, A Biblioteca Nacional, o cinema Odeon, a Câmara dos Vereadores e o Centro Cultural da Justiça Federal. O Amarelinho da Cinelândia é um daqueles bares do Rio de Janeiro que sempre estão nos livros de história. 
 .
 
Chopada da turma de medicina da UFRJ de 1961

25 novembro 2011

25 novembro 2011 0
Roda Cultural da Amálgama Praia de Botafogo.

Pessoas no encontro em uma das rodas
Criado por jovens que buscavam mostrar seus talentos e expandir idéias musicais voltada pro Rap, a roda de rima surgiu há mais ou menos um ano na praça da farani mas teve que mudar de local por causa do grande aumento de pessoas freqüentando e participando desse movimento cultural. Hoje se encontra todas as terças feiras na Praia de Botafogo á partir de 20h00 horas.

Texto publicado por um dos fundadores da Roda


A Roda não vai parar...

Para os que não conhecem e não entendem o que são as Rodas Culturais, fiquem sabendo: as Rodas são mais que um simples encontro na rua, vão além de “boas” nas noites do rio. As Rodas são uma conquista. É um espaço comum a todos, destinado ao movimento artístico e cultural de rua. É um ambiente no qual a arte está apta a transitar livremente, independente da sua vertente, onde a qualquer momento, pessoas sacam e tocam seus instrumentos, fazem seus desenhos, jogam seus malabares, equilibram-se nos slack-lines, cantam músicas, impovisam, e o mais importante se falam e se respeitam. Lembrem-se disso enquanto estiverem nas Rodas, lembrem-se que as rodas não precisam de bebida e nem de fumo pra sobreviver, mas sim de música e arte, lembrem-se de interagir com os artistas, lembrem-se de trazer roupas que vocês não usam mais, pra se sejam trocadas na “Barraca de Trocas” por coisas que queiram usar, e lembrem-se que as Rodas são feitas na rua, e que a rua é uma extensão de nossas casas, então sinta-se em casa, e porte-se adequadamente.

Fiquem a vontade pra trazer seus matérias de desenho, seus instrumentos, suas poesias, suas pinturas, suas artes, e o mais importante, suas presenças.As Rodas esperam por vocês! Amágame-se!!!Oriente-se!!!Salve-se quem puder!!!


41ª Roda Cultural da Amálgama em Botafogo



Cartazes e manifestações

24 novembro 2011

Festival de surf na década de 70

24 novembro 2011 0
   
Por Victor Miranda

A partir de 1968, nesta época apareceram os primeiros surfistas , eram uns quatro americanos que chamavam a atenção pelo seu estilo de vida bem diferente, pareciam meio hipes com cabelos loiros e muito compridos calças jeans desbotadas e sempre sem sapatos. Esses caras foram apelidados pelos nativos de “Pão com água”, provavelmente pela vida simples que levavam e pelo comportamento excêntrico para época.
 Os próximos surfistas a aparecerem no pico foram da galera do Rio de Janeiro.Esta foi uma época bem agreste esses caras ficavam em barracas tudo em Saquarema era muito bonito e exótico a vegetação era exuberante a maioria das casas em Itaúna não tinham muros, parecia um grande quintal. Eles andavam “largados” pela cidade num estilo bem soul e eram a atração local.

  

  No começo da década de 70 a galera dourada do Rio de Janeiro invadiu de vez a cidade. Saquarema estava na crista da onda, lguns até depois viraram celebridade como Evandro Mesquita, Monique Evans, Xuxa e o próprio André de Biasi. Esta foi uma época muito louca que culminou com os grandes festivais de Surf ,numa mistura de muita loucura com surf de ondas grandes em Itaúna que na época era o lugar a ser desafiado. Esses acontecimentos fizeram parte do desenvolvimento do Surf no estado do Rio de Janeiro e do Brasil .

22 novembro 2011

Geração contracultura

22 novembro 2011 0
Por Bruno Fernandes e Maíra Wheeler

Rata de praia. Assim podia ser definida Maria Luiza Bastos. A carioca, de 57 anos, era freqüentadora assídua de Ipanema e acompanhou de perto as transformações  da praia para a construção do píer. “Me lembro das dunas de areia criadas pelo movimento dos tratores, pois estava na praia quase todos os dias. O cenário eram as dunas imensas com os principais artistas e pensadores da época 'viajando' e criando arte. Ali ocorreu um grande movimento sócio, político e cultural”, explicou Maria Luiza.

Esse movimento começou quando o emissário submarino começou a ser instalado. Daí, houve uma grande migração para a região do píer. Primeiramente, os surfistas do Arpoador que foram atrás das melhores ondas. Por causa da construção do emissário surgiu um banco de areia na região que era perfeito para a formação de ondas. “A galera descolada ficava no Arpoador. Todos tatuados que tinham acabado de chegar da Europa e dos Estados Unidos com todas as novidades”, relembra Bastos.

Todos aproveitavam o mate gelado do Dagolho
Maria Luiza lembra com saudades da galera que frequentava o píer. Um ponto de encontro aonde as expressões de arte, cultura, esporte se manifestavam de todas as formas.  “A lista era extensa. Tinha Fernando Gabeira, Sonia Braga, o pessoal do Dzi Croquetes, Pedro Bial, Chico Buarque, Gal Costa. E todos eles bebiam mate no Degolho (sósia do ex-presidente da França Charles De Gaulle). Era impressionante que ele sabia tudo de cabeça, não tinha caderninho para anotar quem estava devendo pra ele”.

Hoje, o local onde ficava o antigo píer virou o famoso Posto 9 e continua sendo freqüentado pelos jovens da nova geração. Só que as meninas não usam calcinha de lycra, a depilação não é mais mal vista e eles não falam “que barato”, “bicho”e “milico”. Os tempos são outros, mas o point é o mesmo.

Galera reunida no final do tarde no Pier

Turma do Pier de Ipanema

Por Bruno Fernandes e Maíra Wheeler

Homens e mulheres de cabelos ao vento, longos, rebeldes e volumosos. De longe era difícil diferenciá-los. O “cool” era ser magro, nada musculoso. Quase todos usavam tanga e a moda era deixar alguns pelos pubianos de fora. Pareciam mais uma tribo de guerreiros, todos de pé e muito bem bronzeados.

O Pier de Ipanema ditou moda, marcou uma época e uma geração ganhando fama internacional. O local virou ponto de encontro para intelectuais, artistas, escritores e jornalistas.  Eram tempos de abertura da mente, de radicalização dos sentidos. 
Banhistas aproveitam um dia de sol no Pier de Ipanema
As obras para a construção de um emissário submarino em Ipanema começaram em 1970 e só terminaram no final de 74. Para se tornar possível, a empresa responsável construiu um píer entre as ruas Vinícius de Moraes e Farme de Amoedo, que avançava mar a dentro.

A construção do píer mudou a configuração das ondas de Ipanema. As melhores estavam ali e não mais no Arpoador. Mas a principal transformação não foi paisagística, e sim comportamental. Os surfistas foram os primeiros a aparecer, mas não tardou para que todos os tipos de figuras cruzassem as dunas e as cercas e também chegassem àquele maravilhoso Oásis.
Lá instaurou-se gradualmente uma coletividade que cada vez mais se integrava ao que ficou conhecido como contracultura.

Alguns dos frequentadores, como o surfista Rico de Souza, lembra dos dias de loucura do píer e da visão de liberdade como uma potência a ser exercida em uma época que o país enfrentava a ditadura militar. “Entre os artistas e intelectuais, eu me lembro do Gilberto Gil, da Gal Costa, da Maria Bethânia, do Caetano Veloso. A nata da intelectualidade e da vanguarda da época frequentava as areias do píer”, afirmou Rico.

Todas as pessoas que frequentaram o pier nessa época acabaram participando, querendo ou não, de um sonho de verão. Elas fizeram parte de um processo que culminou na incorporação do Tropicalismo à sociedade brasileira. 

O primeiro topless no Pier de Ipanema

Choro que traz alegria

  Por Bruno Silva Campos

Tudo começou com um grupo de alunos, em sua maioria da Escola Portátil de Música, que passou a se reunir na praça São Salvador em Laranjeiras aos domingos, das 11h às 13h, numa roda de choro informal e leve. Sob o nome de “Arruma o Coreto”, por conta de uma brincadeira com os fundadores do bloco carnavalesco Bagunça meu Coreto ( que a sete anos revitalizou a praça e deu novo ânimo com seu bloco de carnaval ), a roda de choro começou a acontecer e ganhar fama por acaso. No repertório, clássicos como Brasileirinho, Carinhoso, Tico-Tico no Fubá, Noites Cariocas, Odeon e muitos outros. A apresentação é gratuita e acontece aos domingos, das 10 às 14 horas. O grupo que começou tímido, com três ou quatro instrumentistas hoje é formado por cerca de vinte músicos entre flautistas, saxofonistas, violonistas e percussionistas.   A principal marca da praça, de uns anos para cá, virou a música ao vivo. Mensalmente, a São Salvador recebe a roda do 'Bagunça meu coreto', que mesmo sem data marcada, atrai centenas de pessoas. Todo domingo, de manhã, é a vez do 'Arruma o coreto' espalhar seu choro. E durante a semana, quem costuma ensaiar no local é a 'Go East Orkestar'. Já aos sábados é a vez da percussão do 'Batuque no coreto'.

 (Crédito: Divulgação)

Um Beco... uma boa música!

Por Julia Dias e Maria Carolina

Ah! Copacabana...protagonista de uma cidade maravilhosa!

Foi ali, em uma ruela modesta de copacabana na dècada de 50 que se eternizou um lugar, um estilo de música e um certo jeito boêmio de se levar a vida - O Beco das Garrafas faria história, marcaria os corações e deixaria mais do que saudades.

Entre os números 21 e 37 da rua Duvivier se localizavam pequenos bares, mais conhecidos como "fumaceiros"( recebiam esse nome por se tratarem de pequenos lugares fechados, onde a fumaça do cigarro imperava) . Seus inquietos frequentadores deixavam os bares nas madrugadas fazendo o máximo de barulho que conseguiam, fazendo com que os moradores da ruela se revoltasse jogando-lhes garrafas sem piedade, motivo pelo qual Sérgio Porto apelidou de “Beco das Garrafadas”, abreviado posteriormente para “ Beco das Garrafas”.

Os três Bares que marcaram nosso beco e uma década chamavam-se: Bar Bottle´s, a boite Baccarat e finalmente o Little´s Club, pioneiro nos conhecidos “shows de bolso”. Havia uma quarta casa chamada Ma Griffe, porém sua clientela duvidosa e o serviço oferecido não geraram  o reconhecimento das outras.

No famoso Beco se apresentaram grandes nomes da música Carioca, numa das boates, o Little´s club, Dolores Duran cantou até morrer em 59, diante do olhar de um garçom e sua paixão platônica. O Garçom era Alberico Campana, que com o irmão Giovanni, arrendou duas das casas e acompanhou a transformação da ruela em palco da música istrumental protagonizado por Sergio Mendes, Luis Carlos Vinhas, Luiz Eça, Paulo Moura, Raul de Souza, Edson Machado, Ed Maciel, J. T. Meirelles, Dom Salvador e Dom Um Romão. Depois, em berço do “pocket show”( os shows de bolso citados acima), inventado pela dupla Miele & Bôscoli, e de cantores como Jorge Ben, Elis Regina, Nara Leão e Leny Andrade.

O Beco e a Bossa nova - Merece um tópico

Podemos dizer que a Bossa e o Beco formaram um par e tanto, que nasceram juntos porém seguiram rumos um pouco diferentes.

A Bossa Nova obteve um sucesso estrondoso. Se tornou um movimento em crescimento constante, a exportação dos músicos e o que produziam seria inevitável.



A maioria dos artistas emergentes do gênero atinge a fama na década de 60, o que impossibilitou com que as pequenas casas do “ Beco” continuassem arcando com os custos do mesmo. 

Miele lembra que, no Beco, a mesa de luz era uma velha caixa de sapato "com quatro ou cinco interruptores" e os canhões de luz eram lanternas, "daquelas com três pilhas". Para conseguir ver sentados o show que dirigiam, ele e Bôscoli usavam um estratagema. Ligavam para a boate e reservavam mesa, se passando por jornalistas famosos da época, como Ibrahim Sued e Nina Chavs. Ocupavam o lugar, com as respectivas namoradas, enquanto o figurão não chegava. E ele não chegava nunca

Nossa ruela tem uma queda inevitável e perde a fama conquistada na brilhantina dos anos 50.

Dolores  Duran se apresentava nas boates Baccarat e Litlle Club que ficavam no Beco das Garrafas.  

Entre outros nomes ligados à Bossa Nova, Marisa Gata Mansa se apresentou também na na Boate Baccarat e Little Clube, tendo um disco com este nome.

O beco hoje
 
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